História

As origens do município de Medicilândia estão diretamente relacionadas ao
Programa de Integração Nacional (PIN), criado em 1970 e implantado, a partir de 1971, pelo Governo Federal. O objetivo do programa era desenvolver um amplo projeto de colonização dirigida na Amazônia, trazendo trabalhadores sem-terra de diversas regiões do Brasil, especialmente do Nordeste.

A Rodovia Transamazônica constituiu-se no eixo estruturador de todo o
programa. No Estado do Pará, os trechos Marabá–Altamira e Altamira–Itaituba
receberam atenção especial em termos de planejamento e investimentos.

No trecho da Transamazônica situado entre Altamira e Itaituba, previa-se a
construção de agrovilas: conjuntos compostos por 48 ou 64 lotes urbanos, com igual número de casas, instaladas em uma área de 100 hectares. Essas moradias eram destinadas aos colonos assentados, que também recebiam lotes rurais onde
desenvolveriam suas atividades econômicas. Cada agrovila deveria dispor de uma
escola de 1º grau, uma igreja ecumênica, um posto médico e, em alguns casos, um
armazém para produtos agrícolas.

Também fazia parte do programa a criação das agrópolis, formadas pelo
agrupamento de várias agrovilas organizadas em torno de um núcleo urbano de
serviços. Além dos equipamentos básicos das agrovilas, as agrópolis deveriam contar com posto bancário, serviços de correios e telefonia, e escola de 2º grau, entre outros. O objetivo era atender à demanda de todas as agrovilas localizadas em determinado trecho da Transamazônica. Na prática, foram implantadas diversas agrovilas, mas apenas uma agrópolis: Brasil Novo, situada no km 46 do trecho Altamira–Itaituba.

O programa previa ainda a construção das Rurópolis, formadas por um conjunto de agrópolis. Contudo, apenas uma foi efetivamente implantada — Presidente Médici. Já Medicilândia teve origem na agrovila instalada no km 90 da rodovia, no mesmo trecho entre Altamira e Itaituba.

O desenvolvimento dessa agrovila e sua posterior transformação em município
ocorreram em razão de diversos fatores, destacando-se a fertilidade dos solos, que
impulsionou o crescimento da agricultura local. Outro fator determinante foi a
implantação do Projeto Canavieiro Abraham Lincoln (PACAL), que incluía uma usina
de beneficiamento de cana-de-açúcar.

O núcleo urbano de Medicilândia começou a se formar quando um colono, cujo
lote se localizava à beira da rodovia, decidiu instalar um bar e um pequeno restaurante. O local tornou-se ponto de apoio para caminhoneiros e ônibus que circulavam pela região. Com o avanço do projeto da usina e o aumento das plantações de cana-de- açúcar, cresceu a necessidade de mão de obra para desmatamento, roçagem, plantio e construção civil, atraindo trabalhadores de várias localidades. À medida que a população aumentava, novos serviços foram surgindo, como pequenos restaurantes, dormitórios e postos de combustíveis.

O crescimento desordenado do núcleo urbano e a falta de assistência municipal
por parte de Prainha, município ao qual Medicilândia era subordinada, devido à
distância, levaram os moradores a iniciarem um movimento em prol da emancipação
político-administrativa.

Em 6 de maio de 1988, por meio da Lei nº 5.438, sancionada pelo governador
Hélio Mota Gueiros, Medicilândia foi elevada à categoria de município, tendo como
sede a então vila de Medicilândia, que passou à categoria de cidade com a mesma
denominação. Sua instalação oficial ocorreu em 1º de janeiro de 1989, com a posse do primeiro prefeito eleito, Francisco Aguiar Silveira, eleito em 15 de novembro de 1988.

O nome Medicilândia foi escolhido em homenagem ao então presidente da
República, Emílio Garrastazu Médici, que governava o país à época da criação do PIN.

Atualmente, o município é composto por dois distritos: a sede municipal de
Medicilândia e o Distrito União da Floresta.

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